domingo, 31 de janeiro de 2010

Construção e conceitos pra dança WE CAGE

O projeto de dança WE CAGE aplica basicamente dois conceitos: CONTROLE e NÃO CONTROLE da coreografia, do corpo, do som e do espaço.
A construção da dança que vem sendo investigada teve inicio com alguns aspectos restritivos:
1) O corpo deverá mover-se pelo chão, na posição horizontal e depois na posição vertical;
2)Seis parâmetros embasam a construção do vocabulário coreográfico: PESO, RELEASE, MUDANÇA DE DIREÇÃO, INCLINAÇÃO, DE BAIXO PARA CIMA e TORÇÃO;
3)A construção se aplica para o estudo de movimento pelo movimento sem a utilização de temas ou narrativas;
4)Aplicação para palco Italiano ou condição similar de frontalidade;
5)O espaço será tratado de maneira a não privilegiar o centro;
6)O dançarino fará uso da tecnologia dos sensores para alterar o ambiente;
7)Em toda estrutura que se queira será investigado e criado metodologia para o uso de sorteios e jogos.

Procedimentos Coreográficos WE CAGE / Curitiba


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Merce Cunningham

Mercier Philip Cunningham (1919-2009) - nascido na cidade de Centralia, no estado de Washington, EUA, é considerado o pioneiro no uso da tecnologia na dança. Na década de 40, época em que iniciara sua parceria com o compositor John Cage, foi também o começo de uma transformação na forma de pensar e conceber a dança estimulada pelos postulados estabelecidos pelo coreógrafo. Tais mudanças podem ser elencadas pelo seu princípio de autonomia entre dança e música, as duas passaram a ser compreendidas como artes que coexistem no mesmo tempo espaço, não estando subordinada uma a outra. Tal principio se estenderia para a cenografia, iluminação e figurino. Na organização da estrutura da dança não haveria hierarquia de nenhuma espécie. Todos os pontos do espaço tem igual valor, assim como não existe um intérprete principal. Da mesma forma não há um grau de importância entre as cenas, não exisitindo a linearidade de começo, meio e fim. A dança não estaria mais subordinada a uma narrativa, uma história ou um mito e qualquer movimento poderia ser dançado. Na década de 50 introduziu o processo do acaso no processo criativo de suas obras. Em 60 iniciou seus trabalhos com vídeo, "surgindo" então a videodança. Em 1989 começa a utilizar o software Life Forms e, no final da década de 90, utiliza o processo de motion capture em colaboração com o Riverbed Group.

Referência: SANTANA,Ivani.Dança na Cultura Digital.Salvador Bahia: EDUFBA,2006.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

VARIATIONS V e JOHN CAGE

VARIATIONS V foi realizada em 23 de julho de 1965, pela Cia. de dança Merce Cunningham, onde o compositor John Cage teve a colaboração de Malcolm Goldstein, Gordon Mumma, James Tenney e David Tudor com filmes de Stan VanDer Beek e vídeos de Nam June Paik. Robert Moog construiu antenas especiais que eram colocadas por todo o palco/espaço, de modo a acionar a música no momento em que os bailarinos passassem por elas. John Cage e David Tudor combinaram dois sistemas de som, capazes de serem acionados através de movimento. Para o primeiro, Billy Klüver desenvolveu um sistema de fotocélulas direcionadas ao palco com luzes, e deste modo, os bailarinos acionavam os sons no momento em que cortavam os feixes luminosos com os movimentos. Um segundo sistema usava uma série de antenas. Quando um bailarino pisasse num cabo resultaria num som. Dez fotocélulas eram ligadas para ativar fitas de gravadores e rádios de ondas curtas. Desse modo, cada performance emitiria diferentes composições sonoras. Cecil Coker desenvolveu um circuito de controle, foram colocados filmes de Stan VanDerBeek e Nam June Paik, manipulando imagens as quais eram projetadas em telas por detrás dos bailarinos.
JOHN CAGE compositor musical experimentalista, poeta, filósofo e escritor norteamericano, ficou conhecido pelo uso não convencional de instrumentos e pelo seu pioneirismo na música eletrônica.Veio contornar a idéia de música como uma série ordenada de notas, voltando-se para outras concepções. Estas experiências abriram portas entre as décadas de 50 e 60, que introduziram diversas ações, ruídos, imagens e movimento para o espaço da performance, tal como no trabalho "Variations V".

*Texto publicado segundo o blog art torrent.